27 de junho de 2007

Passando por Samaria

Muros de Samaria
"Deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia.
E era-Lhe necessário passar por Samaria.
Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber"
João 4:3-4,7

Algumas coisas me chamam muito a atenção nesse texto.
Vamos começar dando uma definição (muito) breve aos lugares citados.

Judéia: Terra natal de Cristo (Lc 2:4).
Samaria: Lugar aonde residiam os "desafetos" dos judeus. (Jo 4:9).
Galiléia: Lugar aonde Cristo iniciou seu ministério (Jo 2:11).

Se observarmos essas breves definições destas cidades e fizermos um paralelo com a nossa vida espiritual, veremos que esse "caminho" é comum à maioria de nós. Quando nós colocamos a nossa vida nas mãos de Deus e nos predispomos a seguir os passos de Jesus, somos automaticamente abençoados por Ele. Isso é uma verdade bíblica (Ef 1:3).

O Senhor Deus, no entanto, no faz passar por um período de preparação, para que as suas bênçãos possam se manifestar em nós na sua plenitude.

Podemos conferir isso, por exemplo, com o povo de Israel. O Senhor prometeu os libertar das mãos de Faraó e colocá-los na terra prometida. No tentando, para que alcançassem a promessa, foram 40 anos de deserto. Esse período não foi por acaso. Deus o providenciou para que os costumes e traços do Egito fossem deixados para Traz. Deus os ensinou a confiar e depender somente dEle. Se isso não tivesse ocorrido, o povo teria entrado na Terra Prometida com a mentalidade de escravos, o que certamente lhes impedia de desfrutar as bênçãos e a promessa do Senhor.

Há ainda outros casos que poderíamos citar:
Davi, que foi ungido rei e só assumiu o trono depois de anos da perseguição quase implacável de Saul; José do Egito, que entre o sonho e o seu cumprimento enfrentou a escravidão, a calúnia e a prisão injusta; e outros tantos.

A Palavra de Deus está recheada de exemplos que deixam bem claro que ser abençoado não significa não passar por lutas, pelo contrario: Deus nos prova para nos aperfeiçoar e então podermos desfrutar a plenitude das Suas bênçãos.

Tendo esses fatos como pano de fundo, sou levado a crer que, como tudo o q está na bíblia, há um propósito divino bem específico para que nessa passagem fosse registrado de forma tão clara o trajeto Judéia-Samaria-Galiléia feito por Jesus.

Seu eu pudesse resumir a vida com Deus em três pontos após ler essa passagem, esse pontos seriam:
1 - O novo nascimento, pela água e pelo Espírito;
2 - As provações, que nos aperfeiçoam e nos preparam;
3 - O alcance das promessas. (O que não necessariamente significa o fim das provas)

Enfim, se você está se perguntando o porquê está passando por Samaria, quando Deus lhe prometeu a Galiléia, não se preocupe. Apenas confie no Senhor e descanse nEle. Ele está apenas te preparado e te moldando. Deus tem sempre tem o melhor caminho.

14 de maio de 2007

A Repetição dos Mandamentos

Escrituras
Texto nascido a partir de uma ótima conversa com um grande amigo, o Eli.

Como sabemos, Deuteronômio é o último livro do Pentateuco. Ele foi escrito para lembrar ao povo de Israel os mandamentos que o Senhor havia lhes dado ao longo do caminho pelo deserto. O povo estava às vésperas de receber a sua herança e Deus sabia que, como seres humanos, muitos tinham se esquecido dos mandamentos. Deus então os lembra do Seu amor, da Sua fidelidade e da Sua justiça. Deus os lembra que estavam prestes a presenciar o cumprimento de mais uma promessa divina e os mostra que a Sua palavra jamais falha.

O significado de “Deuteronômio” dá nome a esse post: A Repetição dos Mandamentos. Uma das coisas que mais me surpreendem em Deuteronômio é justamente o cuidado que Deus teve com o Seu povo, instruindo-o a segui-Lo e a guardar os Seus preceitos por amor, e não por qualquer outro motivo, como nos mostra o capítulo 6 e verso 5: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.”.

Na planície de Moabe, onde o livro foi escrito, Deus nos traz uma das mais belas lições para a vida cristã: a de que, por vezes, é necessário fazer uma pausa para nos lembrarmos das promessas do Senhor antes que elas se cumpram nas nossas vidas. Se isso não ocorrer, corremos o sério risco de tomarmos posse das bênçãos sem termos total gratidão no coração, o que fatalmente leva à queda.

Leia o que o Davi nos deixou registrado no salmo 103:2: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.”

O Rei Davi sabia da importância de manter viva em seu coração a gratidão a Deus por tantas vitórias e triunfos, por esse motivo dedicava parte do seu tempo para meditar nos mandamentos do Senhor e escrever salmos de louvores a Ele.

Se para você soa estranha a idéia de uma pausa em meio às tantos afazeres “apenas” para se lembrar dos mandamentos e benefícios do Senhor, lembre-se do que nos escreveu o Rei Salomão, em Eclesiastes 3: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”.

Há o tempo de caminhar rumo à terra prometida, assim como há o tempo de parar na planície e se lembrar dos mandamentos do Senhor. Nosso Deus é um Deus bom. Dediquemos uma fatia do nosso tempo para nos lembrarmos disso.

9 de maio de 2007

Surpreendente

Surpreendente: adj m+f (de surpreender) 1- Que surpreende; que causa admiração ou assombro. 2 - Admirável, magnífico, maravilhoso. (Moderno Dicionário Michaelis da Língua portuguesa)

Assim é Deus. Uma rápida olhada na Bíblia é suficiente para vermos o quanto essa característica está presente na forma de Deus agir. Vejamos: O mundo criado pela Sua palavra; o homem formado do pó da terra; a escolha dos menores para serem grandes líderes; as formas e estratégias para ganhar batalhas e guerras; o chamado apostólico de homens como Mateus, Pedro, Paulo e outros. E o que dizer então do mais surpreendente de todos os atos de Deus, o Plano da Salvação? Simplesmente admirável, magnífico, maravilhoso. Simplesmente surpreendente.

Em Isaías 55:09 o Senhor nos diz: "Assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos." De fato, dentre tantos feitos surpreendes, não há como não sentir o significado desse versículo.

E quanto a nós mesmos? Quem de nós nunca se surpreendeu com Deus? Quem de nós nunca olhou para algo que Ele tenha nos feito e não se maravilhou? Isso é uma das Suas mais marcantes características

Então pergunto: se nosso Deus nos surpreende tanto, por que muitas vezes nos sentimos tão tristes com alguns problemas e lutas? E mais, por que passamos por elas? Por que não um livramento ao melhor estilo "fantástico"? Creio que a reposta já está inclusa na própria pergunta. Deus tem muito mais para nos ensinar. Deus tem muito mais a nos mostrar. Deus tem muito mais a nos surpreender.

Se você ainda não entendeu muitas coisas pelas quais passa, não se preocupe. Ainda que quiséssemos, nossos pensamentos não chegariam nem perto dos pensamentos de Deus. Apenas confie no Senhor, porque um Deus tão grande quanto o nosso certamente tem muito mais a nos surpreender.

29 de abril de 2007

Deus Sol ou Deus Emanuel?

(com assessoria da sempre competente Ilka)

Algumas religiões antigas adoravam o sol. O motivo de tê-lo como deus, cria-se, é por ser o sol o provedor de calor, luz e outras coisas fundamentais para a vida. Os seguidores dessas religiões tinham uma relação quase afetiva com o sol, embora esta fosse uma relação de distância.
A despeito de tantos benefícios trazidos pelo deus sol, ele estaria sempre muito distante para ser alcançado. Tão distante que nem ao menos podiam olhá-lo diretamente.

Fico pensando se esse tipo de relacionamento, de um povo com o seu deus, não é parecido com o relacionamento que muitos de nós temos com o nosso Deus. Reconhecemos nEle a fonte da vida e entendemos que é por Ele que existimos, mas no momento de nos relacionarmos com Deus agimos como se nunca pudéssemos realmente nos aproximar dEle. Levamos a vida com se Deus fosse o deus sol. Dependemos dEle, mas não temos acesso a Ele.

Para derrubar esse pensamento, que infelizmente sonda a mente de muitos, temos a tradução do nome Emanuel: Deus Conosco.
Em sua visita a Grécia, o Apostolo Paulo falou algo a esse respeito. Leia: "Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós". Atos 17:28.

Naquela Sexta-feira o véu do templo foi rasgado. Cristo nos deu acesso ao Pai. Dentre tantas coisas ocorridas naquele dia, Deus não deixou que isso passasse despercebido. Assim sendo, não creio que essa relação de distância agrade ao Senhor.
"Cheguem perto de Deus e Ele chegará perto de vocês" Tiago 4:8. (trad. linguagem de hoje)

18 de abril de 2007

Diamantes e Grafites

Estrutura do diamante e da grafite
O diamante e a grafite são duas formas resultantes do mesmo material: o carbono. O que os diferencia é a forma como as suas moléculas são agrupadas, o que depende, entre outras coisas, da pressão e temperatura a que são submetidas ao longo do tempo. Se a pressão for insuficiente para cristalizar e agrupar as moléculas, o carbono vira grafite. Se submetido à pressão correta, o carbono se cristaliza em forma de diamante.

E você deve estar se perguntado aonde quero chegar com tudo isso.
Explico: Eu acredito que Deus não criou apenas o carbono com essas características. Há uma outra obra divina que também carrega alguns desses traços: nós.

Na nossa vida, é inevitável passarmos por situações difíceis. E muitas vezes chegamos até mesmo a questionar o Senhor o porquê de tudo isso. Mas onde nós vemos dificuldades, o Senhor vê oportunidades. Onde vemos lutas, O Senhor vê crescimento.

Deus ajusta a pressão da nossa vida de forma que ela fique no ponto ideal para nos transformar em diamantes. E esse é um processo que pode ter varias etapas e durar algum tempo, porém as situações serão melhores compreendidas ao pararmos de perguntar “por quê?” e passarmos a perguntar “para que?”.

Não devemos ficar desanimados ou tristes por Deus permitir que a pressão aumente. Devemos pedir sabedoria e lembrar que, se Deus nos permite passar por situações complicadas, é porque seu objetivo é nos transformar em diamantes.

12 de abril de 2007

Impressionando Deus

Sei que o titulo desse port pode parecer estranho (de fato é), mas essa prática, ou sua tentativa, é mais comum do que possa parecer. Conversando com uma amiga essa semana, pude perceber com que facilidade muitas vezes usamos frases de efeito nas orações, mesmo que de forma inconsciente.

A natureza humana tende a fazer por merecer aquilo que se recebe. Desta forma, ao orarmos, não raramente falamos com Deus sobre nós mesmos utilizando recursos do famoso (e controverso) marketing pessoal. Nos esquecemos de que a maior dádiva divina é a Sua graça e que qualquer tentativa de merecê-la é vã. Por esse motivo Deus nos deu Jesus Cristo, que é o único que pôde nos abrir o caminho de volta ao Pai.

Creio que Deus não pode e não quer ser impressionado. Mesmo porque nada do que fizermos será algo minimamente relevante diante da Sua grandeza.

No Salmo 24 a Palavra nos diz que aquele quem tem as mãos limpas e o coração puro, esse subirá ao monte santo do Senhor. Acredito que tentar impressionar Deus implica na perda da pureza do coração, posto que a tentativa de impressioná-lo está diretamente ligada a evidenciar as próprias atitudes, mesmo sabendo que elas não são tudo o que tentamos supor. No caminho oposto a isso está a sinceridade perante o Senhor, pelo que entendo ser a adoração em espírito e em verdade. Essa, não só nos leva ao Pai, mas também é procurada por Ele.

11 de abril de 2007

Perseguindo

Galera, deixo vocês com a síntese de um texto sobre Gideão, que escrevi há algum tempinho atrás.

“E como Gideão veio ao Jordão, passou com ele os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo.” Juizes 8:4.
Se lermos o capítulo 7 de Juizes, veremos que os 300 homens de Gideão acordaram de madrugada, foram levados à fonte para serem provados pelo Senhor, voltaram ao acampamento, saíram para a batalha, venceram os midianitas, já estavam cansados, mas continuavam perseguindo.
Eu vejo nesses 300 homens a postura que o Senhor espera de nós.
Por vezes passamos por tantas coisas que nos sentimos em uma verdadeira maratona de fogo, tal qual os 300 de Gideão. Somos provados, lutamos, enfrentamos a correria do dia-a-dia e inevitavelmente nos sentimos cansados.
Cansados de coisas que não mudam ou cansados de coisas que não param de mudar.
Cansados de tanta coisa para fazer ou cansados de não termos nada novo para fazer.
Cansados de tanto esperar ou cansados de não termos mais pelo que esperar.
Enfim, cansados.
Deus, sabendo que nos sentimos assim, nos deixou esse registro em Juizes, lembrando-nos que para alcançar a nossa vitória devemos continuar perseguindo, ainda que por vezes nos sintamos cansados.

10 de abril de 2007

Ouro e Prata

Galera, estava conversando nesse final de semana com um Amigo, o Ely.
Ele me lembrou de uma frase de um sermão de Aurélio Agostinho, que diz:

"Quando Pedro e João chegaram ao templo, Pedro disse ao aleijado: ‘Não tenho ouro e nem prata, mas o que tenho te dou. Em nome de Jesus Cristo, levanta e anda.’.
Hoje podemos dizer que temos ouro e prata, mas infelizmente não podemos mais dizer ‘levanta e anda’".


Nem precisa dizer mais nada.

7 de abril de 2007

Sobre a Páscoa

Galera, para abrir o blog deixo com vocês um texto sobre a Páscoa.
Leiam e deixem as opiniões nos comentários.


Páscoa. Ressurreição. Passagem. Liberdade.
É incrível como essas palavras estão tão dissociadas ultimamente.
Passamos a páscoa e mal falamos da libertação, da passagem e que tudo isso realmente significou.
Não quero entrar no mérito das tradições que se perderam, ou dos símbolos que foram inseridos à páscoa, como se a ela pertencessem.
Mas quando paro para pensar no Dia do Senhor, me pergunto a razão de o termos deixado de lado.
O sacrifício de Cristo nada seria se Ele não vencesse a morte. Logo, a Páscoa é a prova inegável da perfeição do Plano Divino da Salvação e do seu cumprimento.
Há muito tempo nós passamos a ignorar a Páscoa como forma de “defesa” da sua exploração pelo comércio.
Mas essa não pode ser nossa resposta. Nossa resposta deve ser viver o seu significado. Viver aquilo que foi finalizado na sua mais importante celebração.
Daquela manhã de domingo em diante, fomos livres. Isso deve permanecer em nós.

“Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” - I Corintios 5:7.