8 de março de 2010

E Deus criou a mulher.

Possível diálogo imaginado por esse humilde blogueiro.

Quando: Criação
Onde: Éden
Quem: Pai, Filho e Espírito Santo.

- Adão já está adormecido. Vamos começar?
- Sim, Vamos.
- Ok. Vou tirar a costela.
- Por que a costela?
- Você sabe... Nem em cima e nem embaixo, mas ao lado. E perto do coração, claro.
- Sabia que isso ainda vai virar hit nas cerimônias de casamento?
- Sim, claro. Por isso o estou fazendo.
- Entendi. Ela já começa a inspirar mesmo antes de ser criada.
- Exato.
- Já tem a definição em mente?
- Sim, claro. Veja.
- Hum... Muito interessante. Mas por que ela será mais baixa que ele?
- Porque sua grandeza não virá da sua estatura. Virá de sua alma.
- Perfeito. Mas por que será mais frágil?
- Porque sua força não virá de seus músculos. Virá do toque divino que só ela conseguirá dar ao que a cerca.
- Entendi. Mas, é impressão minha ou ela será mais emocional que ele?
- Sim, será. Afinal, ela também mostrará que perfeição não significa frieza.
- Claro. Com o perdão do trocadilho, Pai, ela será divina, não?
- Sim. Será uma obra divina. Vamos fazê-la.
- Claro, vamos. Mas antes, só mais uma coisa.
- Sim, diga.
- Não obstante toda a sua grandeza e força, ela será menor, mais frágil, mais emocional. Será que mesmo assim ela terá todo o seu valor reconhecido?
- Bom, meu Filho, Aqueles que a tratarem da forma correta, certamente verão toda a divindade que estamos colocando nela, e lhe darão todo o reconhecimento que merece.

E Deus criou a mulher.

Feliz 8 de março a todas vocês.

21 de agosto de 2008

Imagem e Semelhança

Ao longo da história, as ciências humanas vêm tentando desvendar os porquês que rondam as cabeças das pessoas. Por que sentimos medo, solidão, alegria e tristeza? Por que choramos, rimos e nos emocionamos? Por que as coisas ruins nos marcam tanto? Afinal, por que somos como somos? A filosofia, a sociologia, e outras tantas, têm empregado seus esforços exaustivamente para elucidar tantos porquês. Porém, muito antes da ciência, a Palavra de Deus já se dispunha a responder tais questões e nos fazer entender um pouco mais sobre nós mesmos.

Deus, que nos conhece melhor do que imaginamos, sabe da necessidade que temos de obter tais repostas, por isso Ele se preocupou em deixá-las registradas em nosso Manual de Instruções. Ao longo desse texto, vamos garimpar nele algumas passagens que nos explicam e respondem as perguntas acima. Mas lembre-se, nada melhor do que dedicarmos um pedaço do nosso tempo para encontrar nossas respostas diretamente na Fonte: a Bíblia.

Ainda no início das Escrituras encontramos a explicação para uma das nossas questões: por que sentimos solidão? Mais do que isso, porque a solidão tem esse efeito tão ruim em nós? Vejamos a resposta de Deus, em Gênesis 1:26: "E disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança...". Atente no cuidado do Senhor em usar os termos no plural: "façamos o homem", "nossa imagem", "nossa semelhança". Ao analisarmos a expressão original do hebraico, vemos que o termo "nosso", utilizado nesse verso, denota que o momento da criação foi compartilhado entre Pai, Filho e Espírito Santo. Ao sermos criados segundo a Sua imagem, também recebemos como característica a necessidade de compartilhar. Por esse motivo não somos felizes quando estamos sós; as pessoas não foram feitas para a solidão. Até mesmo Jesus Cristo clamou em agonia quando se sentiu só. (Mateus 27.46).

Seguindo adiante no nosso garimpo Bíblico, encontramos a resposta para outra pergunta que insiste em nos incomodar: Por que as coisas ruins nos marcam tanto? O Apostolo Paulo nos responde isso em Efésios 2.10: "Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas". Repare na segunda metade da frase e veja que a Palavra nos mostra claramente que o ser humano foi criado para ser feliz. Quando não somos felizes, estamos fugindo do propósito para o qual formos criados. E nós, inevitavelmente, temos a tendência de guardar por mais tempo na memória os acontecimentos que fogem da normalidade, fazendo assim com que as coisas ruins acabem deixando marcas exatamente pela sua permanência prolongada nas nossas lembranças.

E quanto à necessidade de amar e ser amado? Ninguém melhor para nos esclarecer isso do que aquele que ficou conhecido como O Apóstolo do Amor: "Porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus." (I João 4:7). Durante o processo de garimpo da Palavra, percebemos que todas as atitudes de Deus são baseadas no amor, da Criação ao Apocalipse. Um grande exemplo disso é a parábola do filho pródigo. Quando o filho caçula retorna para casa, o Pai retribui os seus erros com amor. O filho mais velho, inconformado, reclama do tratamento que o Pai dá ao filho mais novo e o Pai retribui a queixa novamente com amor, e ainda o ensina a amar o seu irmão.

O DNA de Deus está presente em nós, de modo que a melhor maneira de entendermos a nós mesmos é conhecendo o caráter dEle. Como disse no inicio, o nosso Manual de Instruções está repleto das repostas que precisamos. Se nós continuarmos nosso garimpo, iremos ficar surpresos com o número de questões que o Senhor se preocupou em nos responder. Como disse, que tal buscar as demais respostas diretamente na Fonte?

10 de junho de 2008

Olaria de Deus

Por que temos esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência seja de Deus e não nossa.

A forma pela qual chamamos uma pessoa diz muito sobre o que sentimos por ela. Pensando nisso, é no mínimo curiosa a forma como Deus, muitas vezes, nos chama. Você já pensou em ser chamado por alguém de "vaso"? Pois nós somos. E assim como em todo relacionamento, isso diz muito sobre como o Senhor nos vê. Dito isto, vamos refletir um pouco sobre o vaso. Mais especificamente sobre o vaso de barro. Quais características o Senhor viu no vaso de barro para que associasse a sua imagem a nós? Vejamos então.

Dentre todos os tipos de vaso, o que é feito de barro é um dos poucos (senão o único) que é moldado pelas próprias mãos do oleiro, sem o uso de ferramentas intermediárias. Os demais tipos (de metal, de cerâmica, etc.) são moldados com uso de alguma ferramenta, ou de algum tipo de fôrma. Essa propriedade do vaso de barro nos traz a tona uma das maiores dádivas do Cristianismo: o acesso direto ao Pai. O Senhor, que se empenha para que nós possamos nos chegar a Ele sem o uso de intermediários, faz exatamente o mesmo por nós, tendo o cuidado de nos moldar diretamente com Suas próprias mãos, para que em nós se reconheçam as Suas características.

Outra característica interessante nos remete à época em que Deus nos colocou esse apelido carinhoso: o vaso de barro possuía utilidade prática, e não apenas decorativa. Ele era utilizado largamente para se transportar água, guardar azeite, armazenar mantimentos, etc. Ele era a Tupperware de antigamente. Deus, ao nos chamar de vaso de barro, nos diz claramente que Ele quer tornar nossas vidas úteis, tanto dentro da Sua casa quanto no nosso dia-a-dia. O Senhor não quer que nós sejamos "objetos decorativos". Deus nos chamou para sermos usados por Ele e para darmos fruto. Ao falar com aqueles que seriam sua futura igreja, o Senhor Jesus foi incisivo: "Portanto, pelos seus frutos os conhecereis." (Mateus 7:20).

O vaso de barro tem ainda uma peculiaridade cativante: o seu valor é dado unicamente pelo trabalho do oleiro. O barro por si só não é atraente, e nem ao menos é valioso. Todo o seu valor, toda a sua utilidade e até mesmo a sua beleza, se devem à obra que o oleiro desenvolve nele. Será que isso quer nos dizer algo? Sim. Ao nos chamar de vaso, Deus nos mostra que tudo o que somos vem dEle e que nada temos por nós mesmos. Medite no que o Apostolo Paulo nos escreveu: "Porque dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas [...]". O Apóstolo foi ainda mais longe, ao afirmar que "nEle vivemos, e nos movemos, e existimos [...]" (Romanos 11:36, Atos 17:28). Sermos vasos implica em reconhecer que somos inteiramente dependentes do nosso Oleiro.

Eu não poderia fechar esse post sem citar o verso que, para mim, é o texto áureo da relação Vaso-Oleiro, que Deus tem conosco: "Por que temos esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência seja de Deus e não nossa." (II Coríntios 4:7).

Na próxima vez que o Senhor Deus te chamar de vaso, se alegre. Ele está te mostrando o quanto te ama, o quanto cuida de você e quanto quer te usar.

23 de abril de 2008

Sobre Deus e as Caixinhas

Deus não cabe aqui...
Havíamos perdido contato há algum tempo e acabamos nos reencontrando no final do ano. Conversando, caímos no assunto Igreja e contei-lhe que estava trabalhando na igreja. Ele até que tentou, mas não pôde me esconder a mudança em sua expressão. Eu já tinha visto aquele olhar antes; eu tinha acabado de ser colocado em uma caixinha.

Imagino que naquele momento imagens horríveis começaram a passar pela sua cabeça. Ele me via com um terno bege amarrotado, uma gravata azul estampada sobre uma camisa vermelha listrada. Os sapatos certamente não estavam engraxados e as meias eram brancas, do tipo esportiva. E lá estava a imagem pronta. Isso para não falar na Bíblia tamanho "incarregável", com as bordas desgastadas e alguns folhetos amassados dentro. Provavelmente ela já me imaginava pregando, defendendo arduamente os usos e costumes e condenando a todos que não seguem os bons (??) modos do passado. Sem falar no mérito do farisaísmo; Talvez, em sua cabeça, eu buscasse freneticamente a santidade, passando o dia todo na igreja sem ter contato com amigos, ignorando a Graça Divina e o amor às pessoas.

Imagem assustadora, não? Mas isso me fez pensar sobre outra imagem ainda mais crítica. Pensei em como a religião coloca Deus em uma caixinha, tal como fui colocado - guardadas as devidas proporções, obviamente.

Lembrei de muitas conversas que tive com diferentes pessoas e de como elas me apresentavam um Deus irreconhecível. Um Senhor pronto a punir todo e qualquer deslize com raios fulminantes na cabeça dos pecadores. Um Deus inacessível e distante, que nos ouve por dó ou pela nossa insistência. Um Senhor santo demais para que nós tenhamos algum direito junto a Ele. Se quisermos ser ouvidos, tratemos de nos humilhar. Se precisarmos de perdão, então que paguemos por ele, com muita auto-desvalorização.

Me pergunto se essa imagem sobre Deus tem algum fundamento bíblico ou se é apenas fruto de uma caixinha, na qual muitos insistem em colocá-lo.

Assim como fui colocado em uma caixinha padrão para "obreiros", muitas vezes tendemos a colocar Deus em uma caixinha padrão de santidade punitiva e desprovida de amor. Poderia ir ainda mais longe dizendo que, do mesmo modo que fui colocado em uma caixinha porque meu amigo não me conhecia totalmente, também o mesmo ocorre com relação a Deus.

Quanto mais ouço as definições que muitas pessoas têm sobre Deus, mais acredito que lhes falta conhecer o Deus que a Palavra mostra, que tem a graça e o amor como Suas marcas principais; que gosta de ser chamado de Papai (Aba) e nos trata como filhos amados; que foi mais longe por nós do que nós jamais poderíamos imaginar; que se fez como um de nós e, após Sua passagem aqui na terra, rasgou o véu da separação e prometeu nos levar para perto dEle.

Atentemos para a grandeza da tradução de Emanuel: "Deus Conosco".

Não posso conceber a idéia de que esse Deus caiba em uma caixinha como a que foi descrita algumas linhas acima. Nem ao menos posso conceber a idéia de que esse Deus caiba em qualquer tipo de caixinha. E me pergunto o porquê que, em vez de procurarmos conhecer a Deus, muitas vezes simplesmente o colocamos em uma caixa com formato predefinido e agimos conforme o formato dessa caixa. Ainda na minha comparação, fico imaginando o sentimento que muitas vezes causamos em Deus: se eu fiquei triste com a minha caixinha, creio que Deus também fique com a dEle.

Apliquemos em nossas vidas uma dose de Oséias 6.3: "Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor".

As caixinhas são criadas pela falta de conhecimento. Por vezes ficamos presos a elas de tal modo que não conseguimos imaginar Deus fora de um padrão. Mas há o contra ponto. O conhecimento sobre Deus nos vacina contra as caixinhas. Leiamos as palavras de Cristo em João 8:32: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Ao nos deparamos com a verdade sobre Deus, a religiosidade e as caixinhas caem e passamos a ver Deus como ele realmente é. "E todos nós recebemos também da Sua plenitude, e graça sobre graça". João 1:16.

18 de abril de 2008

Deus Microondas

Deus Microondas?? As Escrituras nos ensinam diferente.
A vida moderna me surpreende, entre outras coisas, pela rapidez. Hoje podemos fazer quase tudo, desde comunicar-nos, informar-nos, consultar a movimentação bancária ou até mesmo preparar um simples café, em infinitamente menos tempo do que há alguns anos atrás. Estamos vivendo o que costumo chamar de "era microondas" – digo isto por ser o forno de microondas uns dos primeiros gadgets a nos trazer esse novo conceito de rapidez.

O grande problema de vivermos na "era microondas", no entanto, é a tendência de olharmos Deus como se Ele fosse um Deus Express. Isso nos faz, por vezes, colocarmos nossos pedidos e desejos nas mãos dEle e acharmos que em alguns instantes tudo estará pronto, da forma que julgamos ser a mais adequada. Por pouco, ao lermos a Bíblia não tentamos digitar na capa o número de minutos (tal qual um forno) para que todas as promessas contidas nela se concretizem.

Sob essa perspectiva, não é raro encontrarmos pessoas que se frustram com Deus, por não receberem aquilo que desejam no momento em que pedem. Infelizmente, nos falta entender que Deus, estando realmente interessado na nossa felicidade, nos prepara antes de nos dar as suas bênçãos, ainda que isso implique em nos fazer esperar um pouco mais por elas.

Um grande exemplo que podemos citar é o de Davi, que foi escolhido por Deus para ser rei, e não assumiu o trono até que o Senhor o preparasse para reinar. Foram anos de lutas e perseguição desde que foi ungido até a sua posse. Creio que Davi, como homem, tinha o desejo de se tornar rei o mais rápido possível, porém Deus, que o conhecia e sabia suas limitações, o moldou e o aperfeiçoou antes de lhe dar o que desejava. Nas palavras do próprio Rei Davi, "Deus conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó." (Salmos 103:14).

A "era microondas" nos traz a falsa impressão de que estamos sempre preparados para receber, a qualquer hora, toda e qualquer benção de Deus. Certamente não é necessário ir muito longe para se derrubar essa tese. Nós, como seres humanos e, por tanto, imperfeitos, necessitamos que o Senhor nos molde segundo a Sua vontade, caso contrário não desfrutaremos as suas dádivas na sua plenitude.

Por mais paradoxal que pareça, muitas vezes o Senhor não nos dá o que pedimos, da forma e no momento em que queremos, porque isso resultaria na nossa infelicidade. Ouçamos o que Deus nos diz a esse respeito, através do Rei Salomão, em Provérbios 10:22, "A bênção do SENHOR é que enriquece; e não traz consigo dores.". Lendo esse verso sagrado, não é difícil concluir que Deus se preocupa não somente em nos abençoar, mas também em garantir que as suas bênçãos resultem efetivamente em felicidade, e não em dores.

Ao colocarmos a nossa vida e nossos desejos nas mãos do Senhor, devemos nos lembrar que a vida espiritual não se enquadra na "era microondas". Leia o que as Escrituras nos ensinam sobre isso em Eclesiastes 3: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.". Enquanto o tempo de Deus na nossa vida não chega, procuremos conhecer ao Senhor e nos deleitarmos nEle, como nos foi advertido em Salmos 37:4.

9 de abril de 2008

Coisas que não servem para nada

Armários...
Vamos falar sobre um armário. Nele, várias coisas foram guardadas ao longo dos anos. Coisas que nem sempre tiveram sua utilidade realmente comprovada. A justificativa para a permanência dessas coisas no armário são vagas, indo de "Não faz mal nenhum guardar isso", "Melhor manter isso aqui", "Isso sempre esteve aqui, não será agora que vou jogá-lo fora" e até mesmo um "Nunca se sabe...".

Utilizando uma margem aceitável de erro, podemos dividir o que temos nesse armário nas seguintes proporções: 40% de coisas que sabemos ser inúteis; 40% de coisas que pensamos ser úteis, mas na verdade não são; 10% de coisas úteis, porém que não são utilizadas; e 10% de coisas úteis, mas que não são usadas para o fim a que servem. Se você acha a divisão acima muito equivocada, apenas se lembre de que o que realmente tem utilidade não fica esquecido dentro de um armário.

Por estranho que possa parecer, é dessa forma que vejo muitas coisas que foram inseridas ao Evangelho ao longo dos anos. Há algum tempo a Graça de Deus vem sendo misturada a coisas inúteis, que não cumprem objetivo algum. Coisas que apenas ocupam indevidamente o espaço que deveria ser preenchido pela Palavra de Deus, pura e simples.

O Evangelho pregado por Jesus Cristo sempre teve seus objetivos muito bem definidos: transformar as pessoas e religá-las a Deus. Sua própria vinda à terra cumpriu esse intento. Cristo viveu e nos ensinou a viver uma vida com propósito.

No entanto, o que nós temos visto hoje são atitudes que têm fim em si mesmas, sem qualquer benefício à Igreja e à sua missão de propagar os ensinamentos do Mestre. A igreja tem se distanciado do real propósito do evangelho, dando cada vez menos importância aos alicerces da fé e se apegando a coisas que não servem para nada.

Cristo nos ensinou que ser "grande" implica em servir (Mateus 20:27). O que se vê hoje são pessoas que buscam cargos para terem status. Pessoas que, tão logo são consagradas ao ministério, passam a se sentar em mesas separadas e a buscar lugares "VIP". Nem de longe é isso o que a Palavra nos ensina. Os dons do Espírito são dados por Deus para que aqueles que o recebam possam servir melhor a Sua Igreja, e não para que se gloriem. A consagração deve aproximar o obreiro das pessoas, e não afastá-lo.

Enquanto o ato de servir é agradável a Deus e fortalece a igreja, a busca por status é algo completamente inútil. Não serve para nada.

Há alguns dias fui visitar, junto com alguns amigos, a nova sede de uma determinada igreja. Como estávamos um pouco atrasados para o culto, imaginei que nem conseguiríamos lugar para sentar. Ao chegarmos tivemos duas surpresas: a primeira, o templo era realmente belíssimo; a outra, que ele estava quase vazio, não havia mais do que cem pessoas. Naquele instante foi inevitável o comentário: Do que ainda um templo tão belo vazio?

Muitas igrejas tem se engajado em campanhas para a construção de templos cada vez mais bonitos, ainda que isso signifique dar menos ênfase a pregação da Grava Divina, se esquecendo de que o templo não serve para nada se nele não houver pessoas para adorarem a Deus.

Poderíamos ainda citar tantas outras coisas tão valorizadas pela igreja, mas que em nada servem ao propósito de anunciar a Graça de Deus. Infelizmente, muitas pessoas vão a muitas igrejas e, ao se depararem com um armário cheio de coisas inúteis, se entristecem e saem de lá sem que tenham um real encontro com Deus.

Nós, que somos a igreja, temos a missão de propagar a Graça. Tudo o que não servir a essa missão, não serve para nada. Cristo nos mostrou isso muito claramente em Mateus 5:13, ao nos dizer: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.”. O sal, assim como a igreja, tem suas funções bem definidas: preservar e dar gosto. E há também uma outra característica sua interessante: o sal provoca sede. As pessoas que testemunham os atos da igreja devem sentir sede de Deus. Isso é evangelho.

27 de junho de 2007

Passando por Samaria

Muros de Samaria
"Deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia.
E era-Lhe necessário passar por Samaria.
Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber"
João 4:3-4,7

Algumas coisas me chamam muito a atenção nesse texto.
Vamos começar dando uma definição (muito) breve aos lugares citados.

Judéia: Terra natal de Cristo (Lc 2:4).
Samaria: Lugar aonde residiam os "desafetos" dos judeus. (Jo 4:9).
Galiléia: Lugar aonde Cristo iniciou seu ministério (Jo 2:11).

Se observarmos essas breves definições destas cidades e fizermos um paralelo com a nossa vida espiritual, veremos que esse "caminho" é comum à maioria de nós. Quando nós colocamos a nossa vida nas mãos de Deus e nos predispomos a seguir os passos de Jesus, somos automaticamente abençoados por Ele. Isso é uma verdade bíblica (Ef 1:3).

O Senhor Deus, no entanto, no faz passar por um período de preparação, para que as suas bênçãos possam se manifestar em nós na sua plenitude.

Podemos conferir isso, por exemplo, com o povo de Israel. O Senhor prometeu os libertar das mãos de Faraó e colocá-los na terra prometida. No tentando, para que alcançassem a promessa, foram 40 anos de deserto. Esse período não foi por acaso. Deus o providenciou para que os costumes e traços do Egito fossem deixados para Traz. Deus os ensinou a confiar e depender somente dEle. Se isso não tivesse ocorrido, o povo teria entrado na Terra Prometida com a mentalidade de escravos, o que certamente lhes impedia de desfrutar as bênçãos e a promessa do Senhor.

Há ainda outros casos que poderíamos citar:
Davi, que foi ungido rei e só assumiu o trono depois de anos da perseguição quase implacável de Saul; José do Egito, que entre o sonho e o seu cumprimento enfrentou a escravidão, a calúnia e a prisão injusta; e outros tantos.

A Palavra de Deus está recheada de exemplos que deixam bem claro que ser abençoado não significa não passar por lutas, pelo contrario: Deus nos prova para nos aperfeiçoar e então podermos desfrutar a plenitude das Suas bênçãos.

Tendo esses fatos como pano de fundo, sou levado a crer que, como tudo o q está na bíblia, há um propósito divino bem específico para que nessa passagem fosse registrado de forma tão clara o trajeto Judéia-Samaria-Galiléia feito por Jesus.

Seu eu pudesse resumir a vida com Deus em três pontos após ler essa passagem, esse pontos seriam:
1 - O novo nascimento, pela água e pelo Espírito;
2 - As provações, que nos aperfeiçoam e nos preparam;
3 - O alcance das promessas. (O que não necessariamente significa o fim das provas)

Enfim, se você está se perguntando o porquê está passando por Samaria, quando Deus lhe prometeu a Galiléia, não se preocupe. Apenas confie no Senhor e descanse nEle. Ele está apenas te preparado e te moldando. Deus tem sempre tem o melhor caminho.

14 de maio de 2007

A Repetição dos Mandamentos

Escrituras
Texto nascido a partir de uma ótima conversa com um grande amigo, o Eli.

Como sabemos, Deuteronômio é o último livro do Pentateuco. Ele foi escrito para lembrar ao povo de Israel os mandamentos que o Senhor havia lhes dado ao longo do caminho pelo deserto. O povo estava às vésperas de receber a sua herança e Deus sabia que, como seres humanos, muitos tinham se esquecido dos mandamentos. Deus então os lembra do Seu amor, da Sua fidelidade e da Sua justiça. Deus os lembra que estavam prestes a presenciar o cumprimento de mais uma promessa divina e os mostra que a Sua palavra jamais falha.

O significado de “Deuteronômio” dá nome a esse post: A Repetição dos Mandamentos. Uma das coisas que mais me surpreendem em Deuteronômio é justamente o cuidado que Deus teve com o Seu povo, instruindo-o a segui-Lo e a guardar os Seus preceitos por amor, e não por qualquer outro motivo, como nos mostra o capítulo 6 e verso 5: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.”.

Na planície de Moabe, onde o livro foi escrito, Deus nos traz uma das mais belas lições para a vida cristã: a de que, por vezes, é necessário fazer uma pausa para nos lembrarmos das promessas do Senhor antes que elas se cumpram nas nossas vidas. Se isso não ocorrer, corremos o sério risco de tomarmos posse das bênçãos sem termos total gratidão no coração, o que fatalmente leva à queda.

Leia o que o Davi nos deixou registrado no salmo 103:2: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.”

O Rei Davi sabia da importância de manter viva em seu coração a gratidão a Deus por tantas vitórias e triunfos, por esse motivo dedicava parte do seu tempo para meditar nos mandamentos do Senhor e escrever salmos de louvores a Ele.

Se para você soa estranha a idéia de uma pausa em meio às tantos afazeres “apenas” para se lembrar dos mandamentos e benefícios do Senhor, lembre-se do que nos escreveu o Rei Salomão, em Eclesiastes 3: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”.

Há o tempo de caminhar rumo à terra prometida, assim como há o tempo de parar na planície e se lembrar dos mandamentos do Senhor. Nosso Deus é um Deus bom. Dediquemos uma fatia do nosso tempo para nos lembrarmos disso.

9 de maio de 2007

Surpreendente

Surpreendente: adj m+f (de surpreender) 1- Que surpreende; que causa admiração ou assombro. 2 - Admirável, magnífico, maravilhoso. (Moderno Dicionário Michaelis da Língua portuguesa)

Assim é Deus. Uma rápida olhada na Bíblia é suficiente para vermos o quanto essa característica está presente na forma de Deus agir. Vejamos: O mundo criado pela Sua palavra; o homem formado do pó da terra; a escolha dos menores para serem grandes líderes; as formas e estratégias para ganhar batalhas e guerras; o chamado apostólico de homens como Mateus, Pedro, Paulo e outros. E o que dizer então do mais surpreendente de todos os atos de Deus, o Plano da Salvação? Simplesmente admirável, magnífico, maravilhoso. Simplesmente surpreendente.

Em Isaías 55:09 o Senhor nos diz: "Assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos." De fato, dentre tantos feitos surpreendes, não há como não sentir o significado desse versículo.

E quanto a nós mesmos? Quem de nós nunca se surpreendeu com Deus? Quem de nós nunca olhou para algo que Ele tenha nos feito e não se maravilhou? Isso é uma das Suas mais marcantes características

Então pergunto: se nosso Deus nos surpreende tanto, por que muitas vezes nos sentimos tão tristes com alguns problemas e lutas? E mais, por que passamos por elas? Por que não um livramento ao melhor estilo "fantástico"? Creio que a reposta já está inclusa na própria pergunta. Deus tem muito mais para nos ensinar. Deus tem muito mais a nos mostrar. Deus tem muito mais a nos surpreender.

Se você ainda não entendeu muitas coisas pelas quais passa, não se preocupe. Ainda que quiséssemos, nossos pensamentos não chegariam nem perto dos pensamentos de Deus. Apenas confie no Senhor, porque um Deus tão grande quanto o nosso certamente tem muito mais a nos surpreender.

29 de abril de 2007

Deus Sol ou Deus Emanuel?

(com assessoria da sempre competente Ilka)

Algumas religiões antigas adoravam o sol. O motivo de tê-lo como deus, cria-se, é por ser o sol o provedor de calor, luz e outras coisas fundamentais para a vida. Os seguidores dessas religiões tinham uma relação quase afetiva com o sol, embora esta fosse uma relação de distância.
A despeito de tantos benefícios trazidos pelo deus sol, ele estaria sempre muito distante para ser alcançado. Tão distante que nem ao menos podiam olhá-lo diretamente.

Fico pensando se esse tipo de relacionamento, de um povo com o seu deus, não é parecido com o relacionamento que muitos de nós temos com o nosso Deus. Reconhecemos nEle a fonte da vida e entendemos que é por Ele que existimos, mas no momento de nos relacionarmos com Deus agimos como se nunca pudéssemos realmente nos aproximar dEle. Levamos a vida com se Deus fosse o deus sol. Dependemos dEle, mas não temos acesso a Ele.

Para derrubar esse pensamento, que infelizmente sonda a mente de muitos, temos a tradução do nome Emanuel: Deus Conosco.
Em sua visita a Grécia, o Apostolo Paulo falou algo a esse respeito. Leia: "Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós". Atos 17:28.

Naquela Sexta-feira o véu do templo foi rasgado. Cristo nos deu acesso ao Pai. Dentre tantas coisas ocorridas naquele dia, Deus não deixou que isso passasse despercebido. Assim sendo, não creio que essa relação de distância agrade ao Senhor.
"Cheguem perto de Deus e Ele chegará perto de vocês" Tiago 4:8. (trad. linguagem de hoje)

18 de abril de 2007

Diamantes e Grafites

Estrutura do diamante e da grafite
O diamante e a grafite são duas formas resultantes do mesmo material: o carbono. O que os diferencia é a forma como as suas moléculas são agrupadas, o que depende, entre outras coisas, da pressão e temperatura a que são submetidas ao longo do tempo. Se a pressão for insuficiente para cristalizar e agrupar as moléculas, o carbono vira grafite. Se submetido à pressão correta, o carbono se cristaliza em forma de diamante.

E você deve estar se perguntado aonde quero chegar com tudo isso.
Explico: Eu acredito que Deus não criou apenas o carbono com essas características. Há uma outra obra divina que também carrega alguns desses traços: nós.

Na nossa vida, é inevitável passarmos por situações difíceis. E muitas vezes chegamos até mesmo a questionar o Senhor o porquê de tudo isso. Mas onde nós vemos dificuldades, o Senhor vê oportunidades. Onde vemos lutas, O Senhor vê crescimento.

Deus ajusta a pressão da nossa vida de forma que ela fique no ponto ideal para nos transformar em diamantes. E esse é um processo que pode ter varias etapas e durar algum tempo, porém as situações serão melhores compreendidas ao pararmos de perguntar “por quê?” e passarmos a perguntar “para que?”.

Não devemos ficar desanimados ou tristes por Deus permitir que a pressão aumente. Devemos pedir sabedoria e lembrar que, se Deus nos permite passar por situações complicadas, é porque seu objetivo é nos transformar em diamantes.

12 de abril de 2007

Impressionando Deus

Sei que o titulo desse port pode parecer estranho (de fato é), mas essa prática, ou sua tentativa, é mais comum do que possa parecer. Conversando com uma amiga essa semana, pude perceber com que facilidade muitas vezes usamos frases de efeito nas orações, mesmo que de forma inconsciente.

A natureza humana tende a fazer por merecer aquilo que se recebe. Desta forma, ao orarmos, não raramente falamos com Deus sobre nós mesmos utilizando recursos do famoso (e controverso) marketing pessoal. Nos esquecemos de que a maior dádiva divina é a Sua graça e que qualquer tentativa de merecê-la é vã. Por esse motivo Deus nos deu Jesus Cristo, que é o único que pôde nos abrir o caminho de volta ao Pai.

Creio que Deus não pode e não quer ser impressionado. Mesmo porque nada do que fizermos será algo minimamente relevante diante da Sua grandeza.

No Salmo 24 a Palavra nos diz que aquele quem tem as mãos limpas e o coração puro, esse subirá ao monte santo do Senhor. Acredito que tentar impressionar Deus implica na perda da pureza do coração, posto que a tentativa de impressioná-lo está diretamente ligada a evidenciar as próprias atitudes, mesmo sabendo que elas não são tudo o que tentamos supor. No caminho oposto a isso está a sinceridade perante o Senhor, pelo que entendo ser a adoração em espírito e em verdade. Essa, não só nos leva ao Pai, mas também é procurada por Ele.

11 de abril de 2007

Perseguindo

Galera, deixo vocês com a síntese de um texto sobre Gideão, que escrevi há algum tempinho atrás.

“E como Gideão veio ao Jordão, passou com ele os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo.” Juizes 8:4.
Se lermos o capítulo 7 de Juizes, veremos que os 300 homens de Gideão acordaram de madrugada, foram levados à fonte para serem provados pelo Senhor, voltaram ao acampamento, saíram para a batalha, venceram os midianitas, já estavam cansados, mas continuavam perseguindo.
Eu vejo nesses 300 homens a postura que o Senhor espera de nós.
Por vezes passamos por tantas coisas que nos sentimos em uma verdadeira maratona de fogo, tal qual os 300 de Gideão. Somos provados, lutamos, enfrentamos a correria do dia-a-dia e inevitavelmente nos sentimos cansados.
Cansados de coisas que não mudam ou cansados de coisas que não param de mudar.
Cansados de tanta coisa para fazer ou cansados de não termos nada novo para fazer.
Cansados de tanto esperar ou cansados de não termos mais pelo que esperar.
Enfim, cansados.
Deus, sabendo que nos sentimos assim, nos deixou esse registro em Juizes, lembrando-nos que para alcançar a nossa vitória devemos continuar perseguindo, ainda que por vezes nos sintamos cansados.

10 de abril de 2007

Ouro e Prata

Galera, estava conversando nesse final de semana com um Amigo, o Ely.
Ele me lembrou de uma frase de um sermão de Aurélio Agostinho, que diz:

"Quando Pedro e João chegaram ao templo, Pedro disse ao aleijado: ‘Não tenho ouro e nem prata, mas o que tenho te dou. Em nome de Jesus Cristo, levanta e anda.’.
Hoje podemos dizer que temos ouro e prata, mas infelizmente não podemos mais dizer ‘levanta e anda’".


Nem precisa dizer mais nada.

7 de abril de 2007

Sobre a Páscoa

Galera, para abrir o blog deixo com vocês um texto sobre a Páscoa.
Leiam e deixem as opiniões nos comentários.


Páscoa. Ressurreição. Passagem. Liberdade.
É incrível como essas palavras estão tão dissociadas ultimamente.
Passamos a páscoa e mal falamos da libertação, da passagem e que tudo isso realmente significou.
Não quero entrar no mérito das tradições que se perderam, ou dos símbolos que foram inseridos à páscoa, como se a ela pertencessem.
Mas quando paro para pensar no Dia do Senhor, me pergunto a razão de o termos deixado de lado.
O sacrifício de Cristo nada seria se Ele não vencesse a morte. Logo, a Páscoa é a prova inegável da perfeição do Plano Divino da Salvação e do seu cumprimento.
Há muito tempo nós passamos a ignorar a Páscoa como forma de “defesa” da sua exploração pelo comércio.
Mas essa não pode ser nossa resposta. Nossa resposta deve ser viver o seu significado. Viver aquilo que foi finalizado na sua mais importante celebração.
Daquela manhã de domingo em diante, fomos livres. Isso deve permanecer em nós.

“Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” - I Corintios 5:7.